Aumento da ansiedade entre jovens e crianças

Olhar para o passado através de lentes coloridas parece ser o passatempo favorito dos adultos. Estudos recentes sugerem que esta atitude pode significar alguma coisa.

De acordo com um estudo publicado este mês no Jornal "Personality and Social Psychology" as crianças e os adultos de hoje experimentam maior ansiedade do que as gerações dos anos 50.

De facto, crianças saudáveis declararam-se mais ansiosas do que crianças com problemas do foro psiquiátrico se declararam 30 anos antes.

Contrariamente às opiniões de que as crianças não têm nada com que se preocupar além do engraçado da escola que se mete com elas ou do complexo de Édipo, as ansiedades das crianças refletem de uma forma muito marcante o que se passa na sociedade que as rodeia, é a conclusão de um estudo da Dr. Jean M. Twenge da Western Reserve University em Cleveland, Ohio.

Por exemplo, o crime, o medo do SIDA bem como o isolamento social causado pelo número elevado de divórcios, podem estar na origem dos elevados nìveis de ansiedade entre os jovens de hoje. Numa entrevista à Reuters Health, Twenge afirmou que as pessoas declaram cada vez mais que não confiam nas outras.

"Vemos o mundo como um lugar ameaçador e não temos o mesmo sentido de comunidade que tinhamos nos anos 50" explicou a Drª Twenge.

Estas conclusões sugerem que a personalidade não é determinada só pelos genes.

Os resultados deste estudo apontam também para um aumento da depressão e do abuso de estupefacientes, que podem ocorrer como consequência da ansiedade, refere também Twenge. E acrescenta que limitar a exposição à violência dos media, ajudar os jovens a manter as amizades, e dialogar com eles sobre as suas preocupações e medos pode ajudar a diminuir os nìveis de ansiedade entre a juventude.

Fonte: REUTERS

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